Thony Silas o ilustrador nordestino



Desenhos que preenchem partes das prateleiras das duas maiores empresas de HQs no mundo, Marvel e DC Comics. Tem um nordestino por trás delas, Thony Silas, Pernambucano.



Aos 28 anos, Silas tem um currículo de ilustrações invejáveis. Amazing Spider-Man: Ends of the Earth, Venom, Daredevil: Dark Nights e Batman Beyond 2.0. Para este feito, está focado no desenho e se dedicar foi essencial.

Quadrinhos, se você é bom, mostre o que faz, você está dentro. O mercado americano é muito pragmático, não pode correr risco de atrasar. Explica Silas em entrevista ao G1.

Silas, que trabalha em sua própria residência, na capital Recife, conta como iniciou no meio de ilustrações: Silas recorda que começou a se descobrir como ilustrador aos 12 anos, com um vizinho também ilustrador, Wamberto Nicomedes.


Ele morava uma rua depois da minha. Foi lá que comecei a descobrir materiais, técnicas. Não tem academias aqui para formar ilustradores, fui aprendendo com os livros.

É preciso ter foco. Todo meu tempo foi dedicado aos quadrinhos. Eu acordava para desenhar e desenhava para dormir.
Foi Nicomedes quem incentivou Silas a investir no mercado exterior de ilustrações. Começando por pequenas editoras, o pernambucano foi fazendo seu nome e conquistando seu espaço. Com esforço e dedicação, conseguiu chegar até a Marvel. O primeiro trabalho foi justamente a revista do Homem Aranha. “O maior pagamento é ter seu trabalho divulgado. A cada publicação, 10 a 15 editores veem o seu trabalho”, diz Silas.

Liga da Justiça de Thony Silas

Seu maior trabalho e o que mais tem orgulho foi com a versão do desenho, Justice League: Gods and Monsters para os quadrinhos, a convite do diretor Bruce Timm, pai da animação do universo DC Comics e Warner Bros.


É mais fácil trabalhar com personagem que já é conhecido, todo mundo já gosta. Agora, você pegar um trabalho que ninguém viu fazer uma interpretação? É um desafio, aponta Silas.
Desenhar personagens conhecidos e mais tradicionais, como Super Homem e Mulher Maravilha, é mais tranquilo.
Você tem nesse um Super Homem de preto e cavanhaque. As pessoas estranham, só agora com a animação estão começando a entender. Não é uma versão para tentar melhorar a Liga da Justiça, é para ‘piorar’. Uma versão mais agressiva, mais grotesca de lidar com o drama. O Batman é vampiro mesmo, explica Silas ao G1.


Mostrar às novas gerações como é possível viver apenas de quadrinhos é a proposta de Silas.


Eu considero que tive sorte. Nasci em uma rua depois de um cara com 15 anos de carreira. Hoje as pessoas têm mais acesso aos livros na internet, podem adicionar desenhistas nas redes sociais. O desafio para a geração atual é ter concentração. Livros naquela época era uma raridade. Hoje você tem todos os livros, hoje é uma questão de esforço e de procurar, afirma Silas.
Desenhar para os gigantes dos quadrinhos é apenas parte do sonho de Silas, que espera também estudar e investir no mercado de animações.

É muito mais que Marvel e DC. Quando se torna criador, você é uma grande empresa de um homem só. Se você aos poucos fizer seus trabalhos. O mercado brasileiro também tem espaço para quem quer, avisa o ilustrador.
Outros brasileiros também trabalham para os gigantes dos quadrinhos, muitos começando com poucas páginas e se destacando à medida que o trabalho se torna confiável.

Tem muito brasileiro trabalhando no mercado americano. A Paraíba é onde tem mais e os maiores nomes, como Mike Deodato. "Tem espaço para todo mundo".

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